Skatista sofre AVC após acidente a 90 km/h durante competição; saiba como a cannabis ajuda na recuperação do atleta

O acidente foi no Circuito Brasileiro de Skate Downhill em 2013; o lado esquerdo do corpo de Lelo ficou completamente paralisado

Em outubro de 2013, o paranaense de Londrina, Marcos Aurélio de Araújo, mais conhecido como Lelo, sofreu um grave acidente durante uma participação no Circuito Brasileiro de Skate Downhill, na cidade de Rio Rufino, na Serra Catarinense. O acidente ocorreu na segunda de três tentativas que o skatista tinha para realizar sua melhor e mais rápida volta, atingindo cerca de 90 km/h em uma pista de 1,3 quilômetros de extensão.

“Passei reto na curva e entrei de cabeça em uma ‘parede de feno’ que estava demarcando a pista. Na batida, o capacete acabou deslocando e estrangulando minha artéria carótida, resultando em uma isquemia”, relata Lelo.

No momento do acidente, o skatista não percebeu a gravidade do ferimento, voltou para a pista e completou sua terceira volta. “Depois de completar a prova, tirei o capacete, vi meus amigos comemorando minha volta e, logo em seguida, comecei a convulsionar e a vomitar”, lembra ele. Foi então que Lelo sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Após “apagar”, a ambulância presente no local o levou para a pousada onde estava hospedado. No dia seguinte, Lelo se levantou “achando que iria correr o campeonato”, mas seu lado esquerdo estava completamente paralisado. Ele, seu irmão e alguns amigos foram até um hospital em Lages, cidade a cerca de uma hora de distância. No local, o diagnóstico inicial foi de traumatismo craniano e fratura de vértebra, posteriormente corrigido para AVC em um hospital de Londrina.

Reaprendendo a caminhar e a andar de skate

“De um dia para o outro, uma pessoa 99% independente passou a precisar de ajuda para tudo: tomar banho, ficar em pé, fechar a calça”, relembra Lelo. Ele conta que o processo de “reaprender a andar”, enfrentando dificuldades para ficar sentado, uso de cadeira de rodas e bengala, levou cerca de um ano.

Durante esse período, Lelo cursava Administração na Universidade Estadual de Londrina. Em 2019, já formado e mais adaptado aos espasmos, alterações na fala, equilíbrio, coordenação motora e marcha, o paranaense ingressou no curso de Medicina no Centro Universitário Ingá (UNINGÁ) e voltou a andar de skate.

Uso de cannabis medicinal

Devido aos recorrentes espasmos e à falta de mobilidade, Lelo sofria desequilíbrios e quedas constantes, o que dificultava seu retorno às pistas de skate. Foi durante uma aula da faculdade que uma professora mencionou o Sistema Endocanabinoide e a eficácia dos canabinoides no tratamento da doença de Parkinson.

A partir daí, Lelo começou a estudar sobre a planta e decidiu iniciar seu tratamento com cannabis medicinal. Hoje, ele utiliza a maconha para tratar ansiedade, espasmos e tensão muscular. “Quando ando de skate, depois de começar a usar a medicação, meus espasmos são muito menos constantes e intensos. Às vezes consigo evitar o início da contração e continuar andando normalmente”, diz o skatista.

Marcos Aurélio de Araújo utilizando o óleo de cannabis na pista de Skate Imagem: Arquivo pessoal

Além disso, Lelo percebeu uma melhora na ansiedade e nos movimentos após o início do tratamento com cannabis. Reconhecendo a importância do tratamento e as diferentes formas de uso da planta, ele decidiu cultivar e produzir seu próprio remédio. “No começo eu tinha muito medo. Morava em um apartamento pequeno com outros dois amigos, mas nunca tivemos problemas com vizinhos, embora eles provavelmente sentissem o cheiro”, relembra.

Após algum tempo plantando, Lelo procurou o advogado Murilo Nicolau e, menos de um ano depois, conquistou um Habeas Corpus preventivo para o cultivo de cannabis. “Hoje produzo legalmente meu medicamento”, comemora.

NDMCI

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