A primeira consulta médica tem como foco o paciente e seu tratamento, mesmo quando o medicamento prescrito for à base de canabinoides
Muitos se perguntam se há uma diferença entre consultar um geriatra, pediatra, cardiologista, clínico geral, neurologista, dermatologista ou um prescritor de cannabis. Para a médica Gabriela Mânica, a resposta é “não”.
“Independentemente da especialidade, o foco sempre será o paciente, seu problema e a melhor forma de resolvê-lo. O medicamento é apenas uma ferramenta”, explica Mânica. Ela destaca que a cannabis não é uma especialização médica, mas sim uma opção terapêutica que pode ser utilizada conforme a necessidade do paciente e a abordagem do profissional de saúde.
Primeiro Passo
De acordo com a médica geriatra, existem várias formas de encontrar um profissional que prescreva cannabis. “Muitos pacientes chegam por recomendação, buscam na internet, nas redes sociais ou em listas de médicos disponíveis em sites especializados”, comenta Mânica. Associações, empresas e clínicas também podem facilitar a conexão entre médicos e pacientes.
Como muitos municípios ainda não têm médicos especializados em cannabis, a telemedicina tem se tornado uma alternativa importante. Dados da Close UP indicam que cerca de 15% dos médicos no Brasil já prescrevem cannabis.
Análise do Paciente
Após marcar uma consulta, seja presencial ou online, o paciente realiza o primeiro contato com o médico, onde será identificado o “foco” da consulta. “Realizo uma conversa atenta, conheço a história do paciente, suas queixas, analiso exames laboratoriais e, posteriormente, avalio a melhor abordagem para o tratamento, que pode incluir ou não a cannabis”, explica Mânica.
Durante a consulta, outros aspectos são considerados, como análise física, medicações e substâncias em uso (álcool, tabaco e drogas), frequência de atividades físicas, histórico de internações e cirurgias, alergias, expectativas com o tratamento e outras questões de saúde.
Perfis Diversos, Consultas Diversas
A médica observa que muitos pacientes chegam sem conhecimento sobre a cannabis e, por vezes, com medo ou preconceito. “Neste caso, a consulta é mais detalhada, humanizada e explicativa. Informo sobre a segurança do tratamento com cannabis, como ele funciona e tranquilizo o paciente”, comenta Mânica.
Por outro lado, alguns pacientes já têm conhecimento sobre a cannabis e buscam informações mais técnicas, como vias de administração, efeitos no corpo e o sistema endocanabinoide.
Cada experiência é única para o médico e o paciente, e a ausência de exames laboratoriais pode necessitar de uma nova consulta para avançar no tratamento.
Iniciando o Uso do Óleo
Assim como outros medicamentos, produtos à base de cannabis podem ser prescritos na primeira consulta, se o médico avaliar que o paciente não apresenta contraindicações e o tratamento é seguro.
Após determinar os canabinoides apropriados e a dosagem inicial, o médico orienta o paciente sobre onde adquirir o produto e como utilizá-lo no dia a dia. Também define o momento para uma reavaliação do tratamento.
